terça-feira, 1 de março de 2016

Como ser cristão no Afeganistão


Compilação:Willy Santos

Se comparado à tantos países do mundo, em termos de prática e divulgação do Evangelho, vivemos em um mar de rosas. Aqui temos toda uma estrutura midiática que nos ajude a propagar nossa fé ; podemos pregar em praças públicas e nas ruas da cidade sem sermos incomodados e, ainda, fazer discípulos nos milhares de templos espalhados pelo país.

Mas o que dizer do 2° país que mais persegue os cristãos no mundo? 

Os cristãos no Afeganistão que falam sobre sua fé enfrentam violência e ameaças de morte. Mas apesar de todos os perigos, o cristianismo continua a crescer.
Conheçamos, de forma resumida, um pouco da sua história, cultura, política e atualidade para o contexto cristão.


A Igreja
O Cristianismo chegou ao Afeganistão nos primeiros séculos da era cristã. Por volta de 400 d.C., já havia um bispo instalado na cidade de Herat. A partir do século XIV, através do conquistador Emir Timur, deu-se inicio à erradicação do cristianismo. A Igreja afegã sofreria também sob outros governos, como o soviético (que comandou o país de 1978 a 1992) e o Talibã (1996-2001). Após assumir o governo do país em 1996, o Talibã impôs duras restrições a outras religiões, proibindo conversões, liberdade de culto e evangelismo. Outro grupo que sofreu sob o governo teocrático do Talibã foi o das mulheres, que foram impedidas de frequentar as mesquitas e de ir à escola, acentuando ainda mais o alto nível de analfabetismo no país.


A perseguição
A Constituição afirma que o Islamismo é a religião oficial do país e que os seguidores de outras religiões têm o direito de professar sua fé e praticar seus ritos e cultos abertamente, desde que dentro dos limites impostos pela lei islâmica (Sharia). Como na maior parte dos países islâmicos, os sunitas são maioria também no Afeganistão, onde os xiitas compõem a segunda maior seita islâmica e o restante da população é dividido entre cristãos, hindus, Bahá’ís e outras seitas oriundas do islamismo.


A conversão de um muçulmano a outra religião é considerada apostasia, sendo punível com a morte em algumas interpretações da lei islâmica no país. O código penal não define apostasia como crime e a Constituição proíbe a punição por crime não definido no código penal, que, no entanto,  afirma que os crimes graves, incluindo a apostasia, seriam punidos de acordo com a Hanafi, jurisprudência religiosa, e manipulados por um procurador-geral do escritório. Cidadãos do sexo masculino com idade acima de 18 e do sexo feminino acima de 16 anos, de mente sã, que se converteram a outra religião que não o islã, têm até três dias para se retratar de sua conversão, ou serão sujeitos a morte por apedrejamento, à privação de todos os bens e posses e à anulação de seu casamento. O mesmo acontece quando o individuo é acusado do crime de blasfêmia.


História e Política -Talibã
Localizado no sul da Ásia, entre a Ásia Central e o Oriente Médio, o Afeganistão foi ao longo de sua história uma rota percorrida por muitos conquistadores, como Alexandre, o Grande, e Gengis Khan, devido à sua posição estratégica na região. Seu conjunto cultural e linguístico é formado pela língua, cultura e religião de povos vizinhos (Paquistão, Índia, Irã, China, Uzbequistão, Turcomenistão, Tadjiquistão), sendo, dessa forma, influenciado pelas culturas grega, persa e hindu. Após sua independência da Grã-Bretanha, em 1919, o Afeganistão passou por pelo menos três tipos de governo: autocracia monárquica (1929-1973), regime comunista (1978-1992) e estado teocrático (1996-2001).
Quando chegou ao poder, em 1996, o Talibã estabeleceu o Emirado Islâmico do Afeganistão, que tinha como principal objetivo político-religioso a implementação da lei islâmica, Sharia. Dessa forma acreditavam conseguir uma unidade nacional e um estado de paz permanente, após anos de guerra civil. Atualmente o sistema de governo adotado pelo Afeganistão é o de República Presidencialista.


População
A população do Afeganistão é de aproximadamente 30 milhões de habitantes. O país é composto por alguns grupos étnicos (turcomanos, uzbeques, tadjiques e hazaras) com práticas linguísticas e culturais diferentes, sendo o principal deles o pashtun, um grupo sunita que representa hoje 42% da população e se localiza ao sul e leste do país. O grupo radical nacionalista islâmico Talibã se origina dessa etnia. A maioria dos xiitas são membros do grupo étnico hazaras, que compõem 1/5 da população do país, tradicionalmente segregada do resto da sociedade por uma combinação de fatores políticos, étnicos e religiosos, alguns dos quais resultaram em conflitos.
Os hazaras acusaram o governo de dar tratamento preferencial aos pashtuns e a outras minorias, ignorando, sobretudo a etnia hazara. O governo fez esforços significativos para enfrentar tensões históricas que afetam a comunidade hazara. Xiitas geralmente são livres para participar plenamente da vida pública. Com as reformas do governo, os hazaras ganharam acesso às universidades, aos empregos públicos e a outras atividades e direitos, sendo que, antes, lhes era negado até o direito de ser alfabetizados.


                                  Meninas de família cristãs queimadas com ácido

ECONOMIA

A economia do país é baseada na agricultura. O governo afegão tem tentado mudar a cultura de plantio e comércio da papoula (entorpecente que tem tornado milhares de cidadãos dependentes químicos e, ao longo dos anos, financiado as ações do Talibã) para o de outras culturas, como feijão e milho, além de receber doações em grãos e dinheiro de outros países e de ter como principais parceiros comerciais os países vizinhos. Devido às destruições geradas pelas seguidas guerras civis, o país é um dos mais pobres do mundo, com um alto nível de analfabetismo, sendo extremamente dependente de doações externas.

ORAÇÃO

Meus irmãos, não se esqueçam de incluir em vossas orações este povo tão sofrido, nas mãos de grupos radicais e leis que beiram o absurdo humano. Não ignorem a intercessão por centenas de irmãos nossos que sofrem cruelmente nas mãos de tiranos implacáveis. Torcemos por um grande avivamento no Afeganistão.

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