quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Questão do ENEM afirma que ninguém nasce mulher.



No primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), os candidatos se depararam com uma prova com forte viés ideológico. Uma das perguntas, presente na prova de Ciências Humanas, virou o assunto do final de semana nas redes sociais.
A primeira questão trazia uma frase da autora francesa Simone de Beauvoir, considerada a ‘mãe do movimento feminista moderno’. “Não se nasce mulher, torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade”.

Uma série de imagens com uma foto dessa pergunta foi reproduzida por líderes políticos e também alguns religiosos. Multiplicaram-se os comentários sobre o assunto, que parece ter tomado conta das interações nas mídias eletrônicas. No Twitter, o comentário sobre a questão está em segundo lugar nos assuntos mais comentados no Brasil, perdendo apenas para #Enem2015.
O deputado Jair Bolsonaro, postou a imagem com o comentário: “Mais ou tão grave quanto a corrupção é a doutrinação imposta pelo PT junto a nossa juventude”. Obteve quase 15 mil compartilhamentos e centenas de comentários que mostram a indignação do público mais conservador.
Já o deputado pastor Marco Feliciano (PSC/SP)escreveu em seu perfil no Facebook: “Me parece que a inserção desse texto, uma escolha adrede, ardilosa e discrepante do que se tem decidido sobre o que se deve ensinar aos nossos jovens. Esse texto se encaixa como luva na teoria de gênero, apesar de questionável por se tratar da opinião de uma mulher polêmica, feminista da mais retrógrada cepa, com linguajar que denigre as mulheres comparando-as aos eunucos criando um limbo entre o homem e a mulher muito em voga nos anos 60”.
Por outro lado, páginas feministas comemoravam a inclusão do tema na prova.  A jornalista Nádia Lapa, especialista em gênero e sexualidade, afirmou que a questão é adequada ao momento político atual.
De fato, quem usa regularmente as redes sociais sabe do constante embate que existe entre uma grande parcela conservadora de brasileiros com aqueles que divulgam com orgulho as premissas ideológicas dos movimentos de esquerda que governam o país.
Nos últimos 12 anos a maioria das escolas públicas e das universidades tem se visto diante de uma forte doutrinação ideológica.  Os índices sobre educação no país são pífios, mas as sementes dos ideais comunistas e anticristãos continuam sendo plantadas na massa estudantil.
Como o ENEM reflete isso, nas redes ele está sendo chamado de ‘Vexame Nacional do Ensino Médio Bolivariano’ e “Exame Nacional de Ensino Marxista”.  Nas 90 questões na prova de sábado, além de Simone de Beauvoir, foram citados pensadores de esquerda como Paulo Freire e Sérgio Buarque de Holanda. Também apareceu uma menção ao pensamento do percursor do ateísmo moderno, Friedrich Nietzsche.
Extraído do site gospelprime.com.br em 27/10/2015

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Onde estava a Igreja de Cristo antes da Reforma Protestante?


Matéria veiculada no site CACP a um dos colaboradores da página

Caro prof. Paulo Cristiano
A paz do Senhor!
Tenho estudado muito seus artigos, pois, sendo eu ainda católico, estou travando uma grande batalha doutrinária e pedindo ao Senhor Jesus que me resgate para o caminho da verdade que é Ele.
Por favor, se a igreja católica diz que ela é a igreja fundada por Jesus, e ministério cacp nos mostra que ela é herética, onde estava a igreja de Cristo antes da reforma, quando Jesus disse que as portas do inferno nunca prevaleceria contra ela e que estaria com ela até o fim dos tempos?
Conto com sua orientação e desde já muito agradecido.
Adriano
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Prezado Adriano, graça e paz. 
Antes da resposta propriamente dita é interessante revermos os dois pressupostos teológicos quanto à identidade da Igreja mantidos pelas duas confissões religiosas – a Católica e a protestante – assim como o significado do termo.
Para os primeiros, a igreja se encontra somente dentro da denominação alcunhada de Igreja Católica Apostólica Romana, fora da qual, segundo a teologia católica apregoa em alto e bom som, “não há salvação”. Os católicos interiorizaram tanto essa ideologia, que não conseguem entender a igreja sem trazer a imagem mental de uma organização física centrada em um único lugar geográfico. Cabe, entretanto, ressaltar, que essa representação de igreja foi construída teologicamente através dos séculos por necessidades históricas e apologéticas e por fim acabou acimentando a base da eclesiologia católica. A sua pergunta nos brinda com um exemplo vívido deste viés.
Outra questão a ser explorada é o conceito de igreja. O que de fato significam os termos “igreja”, “católica” e “apostólica”? Ora, Igreja é um termo amplo, não define e tampouco especifica qualquer confissão de fé. Significa apenas “uma assembléia”, a Eklésia, literalmente, “aqueles que foram chamados para fora”. Portanto, pode ser qualquer organização que se reúne em torno das verdades centrais do evangelho em nome do Senhor Jesus Cristo.
A Igreja na perspectiva do Novo Testamento pode ser tanto visível como invisível. Enquanto a primeira representa todas as igrejas locais em determinados locais espaciais, vivendo em comunidades sob a mesma herança apostólica com as mesmas expressões de fé, a última representa o povo de Deus espalhado no mundo todo.
Já a palavra “católica” quer dizer universal e nos remete à sua missão. Portanto, nenhuma igreja tem o direito de monopolizar este termo já que ele remete a missão da obra de Cristo por aqueles que deveriam pregar o evangelho. Por fim, o termo “apostólica”, remete à identidade com a doutrina apostólica que nos foi legada pelos apóstolos e que se encontra somente na Bíblia. Sendo assim, o termo “Igreja Católica Apostólica”, cabe perfeitamente em qualquer igreja procedente também da Reforma.
Os protestantes em consonância com o Novo Testamento acreditam que a Igreja não é uma organização física apenas, mas é composta por todos aqueles que fazem parte da Igreja invisível, o verdadeiro Corpo de Cristo. Assim, a verdadeira igreja de Cristo é invisível e espiritual composta de todas as demais igrejas visíveis pelo vínculo da paz (Hebreus 12.23).
A Igreja de Cristo pode subsistir mesmo fora da Igreja católica. Jesus disse que onde houver dois ou três reunidos em seu nome, ali estaria ele. Guardadas as devidas proporções, ali estaria uma Igreja.
Desde os tempos em que a ICR veio apostatando da fé, sempre houve pessoas que sustentaram verdades centrais do verdadeiro evangelho. Às vezes essas pessoas se concentravam em pequenos grupos expulsos da Igreja Romana, outras vezes dentro da própria ICR como, por exemplo, João Huss, Savonarola e outros.
A questão da identidade da ICR também é muito importante para a compreensão da questão como um todo, haja vista, que o catolicismo que conhecemos hoje é o aglomerado de uma série de inovações, sincretismos e acréscimos de erros teológicos através dos séculos. Muitos ensinamentos despretensiosos dos pais da Igreja foram com o passar do tempo tomando caráter doutrinário e por fim virou dogma no seio do catolicismo romano. Um exemplo disso é a questão da supremacia do bispo sobre os demais superintendentes cristãos ensinada em um contexto específico por Inácio à igreja de Corinto, mas que foi envernizada teologicamente e apropriada por causa de interesses políticos pelos bispos romanos.
Talvez, o mais antigo credo que a igreja cristã primitiva tenha criado foi o chamado “Credo Apostólico” ou “Credo dos Apóstolos”. Se você perceber, este credo não faz menção a nenhuma das inúmeras doutrinas católica atuais. Importante frisar que tais doutrinas é o fator diferencial entre a ICR e as demais igrejas cristãs, as quais lhe confere a sua atual identidade. Lendo este Credo você observará que ele não fala em purgatório, em missa, em Maria, em supremacia papal, em eucaristia, em intercessão de santos e muito menos na supremacia da ICR sobre as demais. Tanto é verdade que tudo o que está escrito neste Credo é aceito por todas as igrejas protestantes até hoje. Devemos acrescentar ainda que este Credo era a profissão de fé de todos os cristãos daquela época. Partindo desta lógica podemos com justiça devolver a pergunta aos católicos: Onde estava a ICR (como a conhecemos hoje) nesta época?
Devemos destacar ainda a questão das jurisdições da Igreja. O catolicismo romano, mais especificamente pós Constantino, na verdade sempre vendeu às pessoas uma distorção exegética baseada em Mateus 16:18, isto é, de que sua Igreja foi sempre a única igreja verdadeira tal qual Cristo deixou e da qual as demais se subdividiram, o que não corresponde à verdade dos fatos.
Já nos primeiros séculos de cristianismo, antes da igreja romana se tornar estatal, cada igreja era independente e cada uma governava sob sua jurisdição. Existia o patriarcado de Jerusalém, Antioquia, Alexandria e Roma. Eram todas co-iguais ou igrejas co-irmãs. Não havia supremacia de uma sobre as outras. A doutrina ainda tinha certa pureza sem muitas inovações.
Quando o apóstolo João escreveu suas cartas às sete igrejas do Apocalipse, ele não colocou nenhuma superior às outras. Tampouco você irá encontrar isso nas epístolas paulinas, inclusive na de Romanos. Se a Igreja Romana insiste em afirmar que é a única Igreja de Cristo é justo perguntar: Onde estava a Igreja de Cristo antes da Igreja de Roma ser fundada nesta cidade?
A Igreja de Cristo não existia? Claro que não! Onde estava a ICR, tal qual conhecemos hoje, antes das inovações doutrinárias adentrarem em seu seio?
O que ocorreu, é que Roma, e não nós, que se separou da verdadeira doutrina bíblica e apostólica. Ela tem sido a maior causadora de schisma [divisões] nestes 17 séculos de cristianismo. Tem deixado de lado o verdadeiro evangelho bíblico e se apegado às tradições dos homens.
Para finalizar, sua pergunta pode ser respondida da seguinte forma: antes da Reforma a Igreja de Cristo estava no Evangelho, pois este nunca morreu. O evangelho nunca deixou de existir, ainda que subsistisse um tanto quanto apagado em meio às densas trevas da apostasia.
A Igreja é composta por todos aqueles que em todos os lugares invocam o nome do Senhor Jesus Cristo e acreditam no verdadeiro evangelho bíblico e apostólico. A igreja de Cristo é muito mais do que uma mera denominação, ela é um organismo espiritual composta por crentes. Sendo assim, ela nunca desapareceu.