sábado, 16 de fevereiro de 2013

Esta menina ainda está viva!


A menina que aparece na foto, correndo desesperada e gritando, ainda está viva...e mais viva do que nunca, pois recebeu a Cristo ;  mas primeiro precisamos contar uma história:

Há 38 anos encerrava-se a Guerra do Vietnã no sudeste asiático, uma das mais sangrentas do século XX. O conflito envolveu de um lado, a República do Vietnã (Vietnã do Sul), um país capitalista sob regime ditatorial e apoiada pelos EUA; e do outro, o Vietnã (Vietnã do Norte), apoiado pela Frente Nacional para a Libertação (FNL), comandados por Ho Chi Minh, de orientação comunista. As batalhas tiveram início em 1959 e terminaram em 30 de abril de 1975. Ideologia e política, foram os principais motivos do conflito, em um momento histórico em que o mundo era dividido em dois blocos: comunista e capitalista. No ano de 1964, os EUA entraram na guerra de fato. Em território vietnamita, os norte-americanos perderam milhares de soldados, em um conflito que consumiu milhões vidas. A guerra terminou com a rendição das tropas sul-vietnamitas e a retirada dos militares norte-americanos. Entre vencedores e vencidos, ficaram as imagens que serviram, e servem, para alertar o mundo sobre os horrores da guerra.




Ela se transformou no símbolo da Guerra do Vietnã. A foto da menina queimada, fugindo nua após seu vilarejo ser devastado pelos americanos, correu o mundo. Hoje, Phan Thi Kim Phuc ainda carrega as marcas do bombardeio, mas se esforça para superar o trauma. "Estive no inferno e percebi que, se mantivesse o ódio, nunca sairia dele", disse a vietnamita em entrevista ao Estado durante sua passagem por Genebra, na semana passada.

Phan conta que jamais esquecerá o dia 8 de junho de 1972. "Estávamos em casa e, de repente, começamos a ver nossa vila sendo atacada. Corremos para um templo, que depois também foi bombardeado. Decidimos sair correndo. Ao sair, senti meu corpo inteiro queimar, como se estivesse em um forno. Era o napalm, que eu, sinceramente, não tinha ideia do que fosse até aquele momento", disse Phan, que teve 65% de seu corpo queimado.
Seu vilarejo, Trang Bang, fica no sul do Vietnã, a cerca de 40 quilômetros de Saigon. A bomba foi lançada por soldados do Vietnã do Sul contra tropas norte-vietnamitas. A operação foi coordenada por militares americanos, ainda que Washington jamais tenha admitido seu envolvimento.

MILAGRE



Em 1972, ela tinha 9 anos. Hoje, aos 48, é casada e mora no Canadá com seus dois filhos. Sua foto, tirada por Huynh Cong Ut, fotógrafo da agência Associated Press, ganhou o Prêmio Pulitzer do ano seguinte e se transformou no símbolo do conflito.
Enquanto a foto corria o mundo, sua vida mudava de forma radical. Após o ataque, ela foi levada para um hospital em Saigon pelo próprio fotógrafo. "Só me lembro que jogava água no meu corpo."
Quando chegou ao hospital, as enfermeiras disseram que a garota não sobreviveria. "Fiquei 14 meses internada e passei por 17 cirurgias", diz. A última ocorreu na Alemanha Oriental, em 1984. Mas, nem assim, as marcas desapareceram. "Continuo sentindo muita dor a cada movimento."
Um ano após o ataque, ela voltou ao vilarejo. "Alguns dias depois, meu pai me trouxe um jornal e me mostrou a foto. Fiquei horrorizada e chorei sem parar por vários dias. Foi naquele momento que comecei a entender o que eu tinha vivido. Além disso, estava muito envergonhada. Não suportava me ver nua em uma foto que o mundo inteiro viu."
Phan relata que estava vestida com uma roupa leve no momento do ataque, a qual que foi queimada em alguns segundos. "Se estivesse usando uma roupa mais pesada, que levasse mais tempo para queimar, estaria morta. Muitos morreram exatamente desta forma."
Aos 13 anos, ela foi estudar em Saigon. No regime comunista, obteve a autorização, alguns anos mais tarde, para estudar medicina em Cuba, onde conheceu seu marido. Na viagem de lua-de-mel, o avião fez uma escala no Canadá, de onde o casal nunca mais saiu.
Phan tentou viver no anonimato, mas foi descoberta nos anos 90. "Um dia, estava andando na rua em Toronto e alguém me disse que sabia quem eu era. Foi aí que eu entendi que não poderia mudar o passado, mas que poderia alterar o significado do que ocorreu."
A vietnamita passou a atuar como ativista de direitos humanos, tornou-se embaixadora da Unesco e criou uma fundação. Até hoje, Phan se lembra com ironia dos comentários do então presidente americano Richard Nixon, que duvidava da autenticidade da foto. 


Phuc vê com frequência a “tio Ut”, como ela chama o autor da foto. Sem ir muito longe ela esteve com ele em Colônia (Alemanha) recebendo um prêmio patrocinado por uma marca de câmaras fotográficas. Depois, ela viajou a Madri para também receber um prêmio que a Instituição Save The Children concedeu a Phuc pelo trabalho desenvolvido pela sua ONG -The Kim Foundation-, que ajuda a crianças vítimas de guerra e conflitos aramados.


ELA ESTAVA EM UM PLANO ESPECÍFICO PARA DEUS

Teve um encontro com o evangelho do Senhor Jesus e hoje, uma mulher de Deus, ensina as vitimas de guerra a perdoar em palestras pelo mundo, afinal, quem melhor poderia falar sobre o exercício do perdão do ela?
Em sua seção “Almoço.com” o diário El Pais (O País) teve como entrevistada a hoje cristã/evangélica Kim Phuc, quarenta anos após ser vítima de bombardeio que atingiu a povoado de Trang Bang com bombas de napalm (produzida a base de gasolina gelatinizada)  no Vietnã. A enorme cicatriz que até hoje ainda arde em seu corpo a vietnamita compensa esta marca do que aconteceu com um grande sorriso em seu rosto arredondado



Kim leva pendurado no pescoço duas correntes: uma folha de arce e uma crucifixo. A primeira é o símbolo de seu país de adoção, Canadá, para onde  fugiu após uma escala em Moscou na época em que voltou e estudou em Cuba. “Eu precisava de ser livre”, diz Phuc, que ainda era um símbolo e por anos foi submetido a um rigoroso controlo do regime comunista.
Perguntada o motivo do segundo pingente em forma de cruz. Ela diz que descobriu a mensagem do Evangelho de Jesus e foi para o momento de sua viragem (o ponto de conversão). “Eu vivia sofrendo. Odiava minha vida, odiava à gente normal, odiava a quem me tinha feito tanto mal, as cicatrizes… Ler a palavra de Jesus me mudou. Não sou uma pessoa religiosa, mas tenho uma relação muito íntima com Deus. Falo muito com Ele. Quando me doem as feridas, oro. E quanto mais oro, mais paz encontro. Ele (Jesus) me ensinou a amar e perdoar”. Jesus não se cansa do repetir. “Minha missão é ajudar as outras pessoas que passaram pelas mesmas situação que eu passei a perdoar, a ser mais fortes por fora e por dentro”.

No Canadá Phuc e seu marido vivem com os pais dela e seus dois filhos —Thomas Hoang e Stephen Binh—. Desde 1986 só tem regressado uma vez a Vietnã, em 2004, depois da morte de um de seus irmãos, que também aparece na foto. Correndo, diante de sua irmanzinha nua. “Ele corria mais que eu”.



UM TESTEMUNHO MUITO ESPECIAL
“Eu não sabia o que era a dor. Tinha-me caído da bicicleta alguma vez, mas a napalm (bomba produzida a base de gasolina gelatinizada) é o pior que podia e possam imaginar. O efeito após explodir é de queimar com gasolina por baixo da pele. Desmaiava a cada vez que as enfermeiras me colocava no tanque para cortar a pele morta pelo efeito da gasolina em minha pele. Mas não morri. Dentro de mim tinha uma menina pequena e forte, que queria viver”.

A recuperação não foi fácil. “Tive pena de mim mesma. Queria colocar blusas de manga curta e não podia. Olhava meus braços e me perguntava porque comigo? Cheguei a pensar que nunca teria esposo, nem iria me casar, nem teria um bebê”, afirma Kim, quem assegura que conseguiu superar graças ao amor da família e de Deus”.



DO INFERNO DA BOMBA NAPALM AO REINO DE JESUS
Enquanto Kim estudava medicina em seu país, encontrou casualmente um dos poucos Novos Testamentos que não tinham sido confiscados pelo governo comunista do Vietnã, e a curiosidade lhe levou ao ler; a mensagem de Jesus a impactou de uma forma especial. Nesse mesmo tempo foi a uma igreja evangélica em Ho Chi Minh. Num culto, no Natal de 1982, depois de escutar a mensagem do perdão e salvação que oferece Jesus Cristo, se entregou chorando a Jesus. Quando sua família soube que se tinha convertido ao cristianismo e que só queria seguir a Jesus e a nenhum outro deus, foi expulsa de sua casa.

No verão de 1992 casou-se com um vietnamita, colega de estudos. A viagem de noivos levou-os a Moscou. De regresso a Cuba, aproveitando uma escala técnica em Ganther (Canadá), decidiu ficar ali. “Não tinha nada”, recorda Kim”, “só a câmara e a bolsa, mas tinha fé e pensava: se consigo a liberdade vou ter de tudo”.


REENCONTRO COM SEU “VERDUGO – (Algoz, carrasco)”




Quatro anos mais tarde, em 11 de novembro de 1996, Kim participou no Memorial de Veteranos de Vietnã, em Washington. Um dos assistentes ao ato era John Plummer, que 24 anos atrás participou na ordem de bombardear o povoado de Trang Bang,  que então vivia a menina Kim Phuc.
Durante esses anos, Plummer tinha sofrido uma culpabilidade extrema que lhe tinha levado ao alcoolismo e ao fracasso matrimonial; finalmente, sua história também terminou com um encontro aos pés de Jesus, que lhe deu uma nova vida, chegando a ser ministro evangélico. Mas a lembrança do bombardeio e a foto seguia produzindo-lhe uma grande dor. Nesse dia, escutou a Kim dizer “Tenho sofrido muitas dores físicas e psicológicos. Às vezes pensava que não ia poder viver, mas Deus me salvou, me deu fé e esperança.”
Ao sair no termino do evento, Phuc encontrou-se com Plummer, enquanto alguém lhe sussurrava ao ouvido quem era aquele homem que a olhava surpreso. Ela lhe estendeu os braços a Plummer e ele chorando a abraçou, sem dizer muita coisa, só conseguia dizer: “Sinto, sinto…”. Ela lhe respondeu: “Tudo bem, tudo bem. Perdoo, perdoo…”. Dois “inimigos” salvos e reconciliados na paz e o amor de Cristo.”
Kim Phuc, como temos dito, vive junto com seu marido e seus dois filhos em Toronto, e teve a satisfação de receber a visita de seus pais, e viram eles aceitarem a Jesus como Senhor e Salvador. Agora vivem com eles.