terça-feira, 8 de março de 2016

Dia da mulher. Para quê este dia?


Por Willy Santos

Infelizmente, como na maioria das datas comemorativas, esta tornou-se mais uma fonte de consumismo. Perdeu o propósito original para o qual foi criado.
A verdade é que pouquíssimas mulheres conhecem realmente a historiografia que originou esta comemoração e, tampouco, o real significado dela.

Quando estávamos próximos da virada do Século XX e crescia na sociedade a industrialização e, consequentemente, a expansão econômica, houve grandes protestos devido às condições de trabalho. 

Empregados trabalhavam mais de 15 horas por dia em praticamente um trabalho escravo, incluindo mulheres e crianças. 
Estas ganhavam bem menos que os homens e eram comuns os casos de crianças mutiladas nas máquinas industriais por falta de desenvoltura. Simplesmente eram tratadas grosseiramente e dispensadas, quando inutilizadas por acidentes de trabalho.

Muitas delas trabalhavam gestantes, com estágio avançado da gravidez, sem direitos diferenciados como vemos hoje. Protestos foram noticiados no mundo inteiro, iniciado na Russia, espalhando-se pela Europa e chegando na América.




No dia 25 de Março de 1911, mulheres que trabalhavam numa fábrica de vestuário têxtil em Nova York ( a Triangle Shirtwais) resolveram fazer um protesto por melhores condições de trabalho e salários equiparados com os dos homens, pois faziam o mesmo serviço. 
Queriam ainda a redução da jornada de trabalho para 10 horas e respeito no ambiente de trabalho.

A fábrica tinha cerca de 500 trabalhadores, a maioria imigrantes femininas com idades entre 16 e 32 anos que ganhavam entre 6 e 10 dólares por semana(um terço do que ganhavam os homens).

Elas pararam a produção e protestavam ruidosamente contra um patronato cruel, déspota e tirano, quando foram trancadas dentro da fábrica. 

Um incêndio misterioso aconteceu naquela tarde de Sábado. Desesperadas algumas funcionárias subiram até o último andar do prédio para escapar das chamas e, não conseguindo, lançaram-se das janelas a uma altura de 9 andares . 
Imaginem uma fábrica de tecido pegando fogo! Naquele dia, 146 funcionárias morreram carbonizadas, já que os homens não participaram do protesto e se encontravam fora da fábrica. Dentre as sobreviventes, restaram duas adolescentes de 14 anos de idade, Kate Leoa e Rosária Malta.



Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1977, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

QUAL O OBJETIVO DA DATA, ENTÃO?

Ela não pode ser apenas comemorativa, mas dar consciência à mulher sobre sua importância e papel na sociedade. 
Em grande parte dos países realizam-se conferências, debates, reuniões, cujo objetivo é dar mais visibilidade e projeção para a mulher. 

Não estou falando de movimentos feministas, que é outra coisa totalmente diferente.

Hoje seria o dia em que as mulheres poderiam se reunir, em diversos setores da sociedade (incluindo as redes sociais) em um esforço para tentar diminuir ao máximo o preconceito e a desvalorização da mulher. 

Seria o dia em que todas as mulheres de bem poderiam protestar contra a prostituição descarada, preconizada nas novelas, filmes, seriados e BBB’s da vida. Seria um dia de "revolta" explícita e declarada contra uma mídia que transforma a mulher em mercadoria para vender pneus e bateria de carro.

Hoje é o dia em que as mulheres decentes e inteligentes têm de se “revoltar” coletivamente contra a exposição midiática de periguetes, bundas e peitos, mostrando que a mulher também tem cérebro, sentimento e é muito mais que corpos malhados, que se deterioram com o tempo.

Hoje é o dia em que, corajosamente, elas deveriam protestar contra os patrões hipócritas que lhe pagam salários inferiores aos dos homens e no dia 8 de Março, aparecem com uma rosa murcha e uma caixa de bombom para engabelá-las.

Sim, ainda hoje elas têm menos oportunidades na carreira profissional , salários mais baixos e jornada excessiva de trabalho. É verdade que muita coisa foi conquistada, mas ainda há muito que precisa ser modificado e melhorada na história das mulheres.

O dia não é Internacional? E o que dizer das milhares de mulheres árabes e muçulmanas que, desejando “ocidentalizar-se” (usando jeans,maquiagem, adornos, estudar, namorar com a pessoa que gosta, etc.), são queimadas com ácido, espancadas, apedrejadas e surradas em via pública?

Quem se lembra delas?

Conquistas das Mulheres Brasileiras 

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

Portanto, minhas amigas, é preciso entender o espírito real deste dia, que não tem nada a ver com flores, bombons e presentes. Hoje é o dia de olhar para si mesma e para a sociedade onde está inserida, aferindo sobre sua importância social; é perguntar que mudanças você, como mulher, pode exercer na sociedade; é verificar que influência você pode exercer junto à outras mulheres que, talvez estejam marginalizadas, mas podem usufruir do que Deus te deu.

Quanto aos bombons, presentes e flores, nós homens podemos dar, não só hoje, mas em todos os outros dias para grandes mulheres que hoje fazem parte de nossa vida, pois todos os dias são os dias delas.

Hoje estou mais preocupado em conscientizá-las que podem ser (e são) grandes canais de bênção para esta sociedade injusta com a mulher. Hoje é dia de comemorar grandes conquistas alcançadas pelas mulheres, sabendo que elas podem muito mais.





terça-feira, 1 de março de 2016

Como ser cristão no Afeganistão


Compilação:Willy Santos

Se comparado à tantos países do mundo, em termos de prática e divulgação do Evangelho, vivemos em um mar de rosas. Aqui temos toda uma estrutura midiática que nos ajude a propagar nossa fé ; podemos pregar em praças públicas e nas ruas da cidade sem sermos incomodados e, ainda, fazer discípulos nos milhares de templos espalhados pelo país.

Mas o que dizer do 2° país que mais persegue os cristãos no mundo? 

Os cristãos no Afeganistão que falam sobre sua fé enfrentam violência e ameaças de morte. Mas apesar de todos os perigos, o cristianismo continua a crescer.
Conheçamos, de forma resumida, um pouco da sua história, cultura, política e atualidade para o contexto cristão.


A Igreja
O Cristianismo chegou ao Afeganistão nos primeiros séculos da era cristã. Por volta de 400 d.C., já havia um bispo instalado na cidade de Herat. A partir do século XIV, através do conquistador Emir Timur, deu-se inicio à erradicação do cristianismo. A Igreja afegã sofreria também sob outros governos, como o soviético (que comandou o país de 1978 a 1992) e o Talibã (1996-2001). Após assumir o governo do país em 1996, o Talibã impôs duras restrições a outras religiões, proibindo conversões, liberdade de culto e evangelismo. Outro grupo que sofreu sob o governo teocrático do Talibã foi o das mulheres, que foram impedidas de frequentar as mesquitas e de ir à escola, acentuando ainda mais o alto nível de analfabetismo no país.


A perseguição
A Constituição afirma que o Islamismo é a religião oficial do país e que os seguidores de outras religiões têm o direito de professar sua fé e praticar seus ritos e cultos abertamente, desde que dentro dos limites impostos pela lei islâmica (Sharia). Como na maior parte dos países islâmicos, os sunitas são maioria também no Afeganistão, onde os xiitas compõem a segunda maior seita islâmica e o restante da população é dividido entre cristãos, hindus, Bahá’ís e outras seitas oriundas do islamismo.


A conversão de um muçulmano a outra religião é considerada apostasia, sendo punível com a morte em algumas interpretações da lei islâmica no país. O código penal não define apostasia como crime e a Constituição proíbe a punição por crime não definido no código penal, que, no entanto,  afirma que os crimes graves, incluindo a apostasia, seriam punidos de acordo com a Hanafi, jurisprudência religiosa, e manipulados por um procurador-geral do escritório. Cidadãos do sexo masculino com idade acima de 18 e do sexo feminino acima de 16 anos, de mente sã, que se converteram a outra religião que não o islã, têm até três dias para se retratar de sua conversão, ou serão sujeitos a morte por apedrejamento, à privação de todos os bens e posses e à anulação de seu casamento. O mesmo acontece quando o individuo é acusado do crime de blasfêmia.


História e Política -Talibã
Localizado no sul da Ásia, entre a Ásia Central e o Oriente Médio, o Afeganistão foi ao longo de sua história uma rota percorrida por muitos conquistadores, como Alexandre, o Grande, e Gengis Khan, devido à sua posição estratégica na região. Seu conjunto cultural e linguístico é formado pela língua, cultura e religião de povos vizinhos (Paquistão, Índia, Irã, China, Uzbequistão, Turcomenistão, Tadjiquistão), sendo, dessa forma, influenciado pelas culturas grega, persa e hindu. Após sua independência da Grã-Bretanha, em 1919, o Afeganistão passou por pelo menos três tipos de governo: autocracia monárquica (1929-1973), regime comunista (1978-1992) e estado teocrático (1996-2001).
Quando chegou ao poder, em 1996, o Talibã estabeleceu o Emirado Islâmico do Afeganistão, que tinha como principal objetivo político-religioso a implementação da lei islâmica, Sharia. Dessa forma acreditavam conseguir uma unidade nacional e um estado de paz permanente, após anos de guerra civil. Atualmente o sistema de governo adotado pelo Afeganistão é o de República Presidencialista.


População
A população do Afeganistão é de aproximadamente 30 milhões de habitantes. O país é composto por alguns grupos étnicos (turcomanos, uzbeques, tadjiques e hazaras) com práticas linguísticas e culturais diferentes, sendo o principal deles o pashtun, um grupo sunita que representa hoje 42% da população e se localiza ao sul e leste do país. O grupo radical nacionalista islâmico Talibã se origina dessa etnia. A maioria dos xiitas são membros do grupo étnico hazaras, que compõem 1/5 da população do país, tradicionalmente segregada do resto da sociedade por uma combinação de fatores políticos, étnicos e religiosos, alguns dos quais resultaram em conflitos.
Os hazaras acusaram o governo de dar tratamento preferencial aos pashtuns e a outras minorias, ignorando, sobretudo a etnia hazara. O governo fez esforços significativos para enfrentar tensões históricas que afetam a comunidade hazara. Xiitas geralmente são livres para participar plenamente da vida pública. Com as reformas do governo, os hazaras ganharam acesso às universidades, aos empregos públicos e a outras atividades e direitos, sendo que, antes, lhes era negado até o direito de ser alfabetizados.


                                  Meninas de família cristãs queimadas com ácido

ECONOMIA

A economia do país é baseada na agricultura. O governo afegão tem tentado mudar a cultura de plantio e comércio da papoula (entorpecente que tem tornado milhares de cidadãos dependentes químicos e, ao longo dos anos, financiado as ações do Talibã) para o de outras culturas, como feijão e milho, além de receber doações em grãos e dinheiro de outros países e de ter como principais parceiros comerciais os países vizinhos. Devido às destruições geradas pelas seguidas guerras civis, o país é um dos mais pobres do mundo, com um alto nível de analfabetismo, sendo extremamente dependente de doações externas.

ORAÇÃO

Meus irmãos, não se esqueçam de incluir em vossas orações este povo tão sofrido, nas mãos de grupos radicais e leis que beiram o absurdo humano. Não ignorem a intercessão por centenas de irmãos nossos que sofrem cruelmente nas mãos de tiranos implacáveis. Torcemos por um grande avivamento no Afeganistão.